sexta-feira, maio 23, 2014

Pluralidade, ensino de economia, zzz, zzz

Anda ocorrendo algum ruído sobre a necessidade de um maior pluralismo no ensino de economia, ou então que é necessário expor os alunos de primeiros anos a problemas reais, blá, blá, blá. Uma analogia seria colocar um aluno de primeiro ano de engenharia para projetar um edifício, um calouro de medicina para atender em uma UTI, ou algo assim. 
Com a miserável formação analítica da maioria das graduações em economia (não só aqui no Brasil não), nem os alunos do último ano conseguem resolver de forma adequada um problema relevante em economia. A dura realidade é que qualquer boa formação vai exigir um período inicial de formação de métodos e habilidades, e nem sempre vai ser possível ilustrar cada curso com exemplos realistas ou interessantes, ou compatibilizar cursos de métodos com cursos de aplicações. 
Mas o que mais me irrita neste debate é que o ponto fundamental é que o aprendizado é um processo individual, e que cursos e professores são apenas uma parte menor do processo. Um bom professor apenas serve para mostrar que o tema é interessante e importante. O aprendizado é realizado somente pelo aluno. Como disse Frank Zappa - “If you want to get laid, go to college. If you want an education, go to the library.”. 
O lugar mais importante da sua graduação é aquele prédio cheio de livros. Escolha seu destino lá. Você vai ficar 4 ou 5 anos em uma graduação, mas o mais importante é entender que vai ter que aprender sozinho pelo resto da sua vida. E acho que ninguém quer ser doutrinado apenas para repetir o que um professor decidiu que era importante em um curso. 


2 comentários:

  1. Anônimo3:12 AM

    Uma das maiores verdades da vida... Infelizmente, a maioria mal presta atenção às aulas e muito menos estuda em casa ou biblioteca. Triste!

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  2. Essa frase do Zappa é uma das maiores verdades que conheço. E as pessoas que têm interesse nisso deveriam de outra frase e "não deixar a faculdade atrapalhar o estudo delas". Faz o trabalho e estuda por fora.

    No entanto também acho as aulas de história econômica bem marginalizadas. Me soa um pouco triste gente se formando sem ter ouvido falar em Douglass North e Eichengreen que são leituras agradáveis e boas para um aluno no final da faculdade. É um debate chato.

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